Setembro é o mês dos recomeços. Muitos planos são feitos, quase à semelhança da passagem de ano, mas este ano alguns planos não podem ser executados como pensado. Para muitos pais, os planos para o recomeço das aulas não corresponderão à realidade. O impacto da pandemia e das medidas aplicadas à população na saúde mental é ainda desconhecido. No entanto, enquanto psicólogos e conhecendo as características do desenvolvimento infantil é fácil levantar como hipóteses de futuras análises, que as consequências poderão ser bastante elevadas na saúde mental das nossas crianças. Comecemos por um ponto muito simples para analisar o impacto e o custo para a saúde mental: os parques infantis. Na maioria do país, apesar de existirem algumas exceções, os parques infantis continuam fechados. Fazendo um pequeno exercício, podemos levar as crianças a sítios fechados com uma maior concentração de pessoas como cafés, restaurantes ou shoppings. Podemos levar as crianças nos transportes públicos. Podemos até regressar a algumas atividades desportivas em recinto fechado, como a natação. Em suma, as crianças podem retomar quase toda a sua rotina prévia ao confinamento, mas não podem ir a um parque infantil. Muitas são as discrepâncias entre os dados fornecidos pelas autoridades competentes, ou […]
Assistimos em termos mundiais a uma pandemia viral que confinou milhões, levou ao uso de máscaras, à desinfeção sistemática de tudo à nossa volta, à consciência de que estamos ameaçados na nossa existência, e não conseguimos ver o inimigo. A sensação de que poderá estar à nossa espera em tudo o que nos rodeia; desde objectos, a pessoas e ao próprio ar que respiramos. Esta sensação tende a despertar no ser humano um estado de alerta e de ameaça constantes, que se pode traduzir em sintomas de ansiedade, hiper vigilância, rituais de limpeza compulsivos, comportamentos ritualizados que visam trazer controlo e ordem à nossa vida, agora ameaçada por um inimigo invisível. Assim, assistimos ao aumento das perturbações obsessivas, ansiosas, fóbicas, paranóides. Contudo, não somos todos iguais e nem todos desenvolvemos as mesmas estratégias de adaptação a um meio externo ameaçador. Há também quem se arrisque, e entregue o seu destino à sorte, considerando que se não há forma de se defender deste inimigo invisível, então o melhor é viver como se ele não existisse. Assistimos a um bravado perante o vírus e a existência, uma espécie de “não me renderei”, e assumem-se riscos de forma quase temerária, investindo contra o […]
Numa clara demonstração de que se a vida não imita a arte, pelo menos, imita a cultura popular, a Direção da Ordem dos Psicólogos Portugueses optou por emular a personagem Caco Antibes, da sitcom brasileira Sai de Baixo, ao bloquear a votação de uma proposta dos eleitos da Lista Psicologia Plural para a criação de uma quota social. Desta forma, a Direção da OPP bloqueia a possibilidade da criação de uma quota mais justa para aqueles que recebem menos do que um salário mínimo no seu exercício como psicólogos. E fê-lo da forma mais surreal, evocando que a proposta (que iria levar a uma alteração do Orçamento da OPP) não podia ser apreciada na reunião da Assembleia Geral de votação sobre… o Orçamento da OPP. Na altura, o expediente utilizado envolveu prometer a marcação de uma reunião para dia 17 de Janeiro. Reunião essa que obviamente não foi marcada, sendo apenas marcada para esta semana. Mas, pasme-se, nesta reunião a proposta não vai ser incluída no único ponto que permite a alteração do Regulamento de Taxas e de Quotas. Assim, a Direção poderá argumentar que agora não podem aprovar a proposta ou porque tem efeitos sobre o orçamento ou porque […]